quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Anjos: A História de Jamie – Melvin Morse


“Não fique triste nas despedidas. Uma despedida é necessária antes de vocês poderem se encontrar outra vez. E se encontrar de novo, depois de momentos ou de vidas, é certo para os que são amigos”
... (Richard Bach). [‘Ilusões’, p. 144. Record].

"A experiência mais bonita que se pode ter é a do misterioso... Aquele para quem esta emoção é estranha, quem não mais pode pausar para admirar e maravilhar-se, é como se estivesse morto". (Albert Einstein). [Cf. 'Uma Sincronicidade Para a Cura', p.09. Míria de Amorim. Editora Caravansarai].

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Anjos: A História de Jamie – Melvin Morse

Pergunta: “O senhor poderia nos contar a história de Jamie? Como esse caso veio a seu conhecimento? O que havia de tão especial em relação a essa criança?”
MM: A história de Jamie é única e interessante porque ela não tinha a menor idéia de ter tido uma experiência de quase-morte e, ainda assim, ela foi capaz de vir até mim de um modo simples e direto. De fato, ela não compreendeu bem a sua própria experiência e acabou por ficar apavorada.

Por coincidência, sua mãe era uma das recepcionistas de meu consultório e estava familiarizada com as minhas pesquisas no Hospital Infantil de Seattle. E ela também sabia que a filha vinha tendo pesadelos horríveis depois de quase ter morrido de meningite bacteriana.
Aos cinco anos de idade, Jamie chegou o mais próximo da morte que é possível chegar e ainda ser reanimada, graças à tecnologia médica atual. Meu colega disse que mais dez minutos e ela não teria sobrevivido.

Jamie entrou em coma devido a uma grave infecção no cérebro e na medula espinhal. Foi levada imediatamente para a sala de tratamento de pacientes em choque. Logicamente colocaram-na no soro e deram-lhe oxigênio. Foi quando o seu coração parou. Usaram-se todos os recursos de reanimação cardiopulmonar.
Em outras palavras, ela estava clinicamente morta e tiveram de fazer o seu coração voltar a bater. Efetuaram compressões no tórax, introduziram-lhe um tubo nos pulmões e fizeram com que respirasse; por fim, administraram-lhe poderosos antibióticos. Depois, foi removida de helicóptero para o Hospital Infantil de Seattle.

P. “Como conseguiu fazer com Jamie partilhasse as suas experiências com o senhor?”
MM: Quando entrevistei Jamie, depois de sua recuperação, mostrou-se bastante tímida, receosa, muito amedrontada; e pude perceber que aquela experiência representava uma grande carga emocional para ela. Era algo tão forte e tão pessoal que não queria contar a ninguém.
 
Passei horas em videojogos com ela. Foram muitas, muitas horas de trabalho paciente. Finalmente, consegui que fizesse um desenho e, depois, perguntei se poderia desenhar a si mesma em uma maca de hospital; ela depois desenhou meu colega, o Dr. Christopher, tentando ressuscitá-la. E retratou até os dedos dele entrelaçados e posicionados corretamente sobre o seu tórax.
Depois de ver o desenho, eu disse ao Dr. Christopher que lhe daria um dez em ressuscitamento cardíaco. Cada detalhe de seu ressuscitamento estava exposto no desenho. Havia a enfermeira usando gorro na cabeceira da cama; havia o aparelho de eletrocardiograma. Obviamente, são detalhes que eu me recuso a pensar que ela tenha inventado só porque assiste muita televisão, ou coisa que o valha.
No desenho, ela se via flutuando no ar. Enquanto desenhava eu lhe fazia perguntas sobre cada detalhe, como: “Quem é aquele homem sentado no tronco de árvore?” Ela respondeu: “Oh, aquele é Jesus. Ele é muito legal”. Depois me mostrou os anjos que desenhou.
Quando fez um arco-íris, pedi: “Fale-me do arco-íris”, e ela declarou: “Oh, ele é a luz”. “Oh! A luz?”, perguntei. E ela: “É, a luz que me disse quem eu era e para onde iria”. Jamie demonstrou certeza de que essa luz era uma coisa distinta de Jesus e dos anjos.

"Depois de partilhar comigo a sua experiência, Jamie sofreu profundas mudanças: deixou de ter pesadelos, melhorou o rendimento na escola e começou a perder o excesso de peso ganho desde que ficara doente. Mais interessante é que o fato de ela ter verbalizado a sua experiência deu-lhe crédito".
Jamie agora acredita que o que lhe aconteceu é real e partilha a sua experiência com outras crianças em estado crítico ou desenganadas pelo câncer, ou por outras doenças fatais. Ela costuma visitar o Hospital Infantil de Seattle, o Hospital Maybridge e o Hospital Geral Valley, para conversar com as crianças que se acham em situação terminal, ajudando-as a se prepararem para o processo de partida...

P. “Após tantos anos de pesquisa, como o senhor definiria uma experiência de quase-morte? Quais as características que definem esse tipo de experiência?”
MM: Experiências de quase-morte acontecem com pessoas que sobreviveram à morte clínica, ou seja, aquelas cujos corações pararam de bater ou que estiveram em coma profundo, após o que se esperava terem sofrido danos cerebrais irreversíveis. Acontecem também em situações de risco de vida, por exemplo, com alpinistas que caem de grandes alturas e são salvos, ou ao cair em um banco de neve, ou mineiros que passam horas ou dias presos em minas debaixo da terra em situação quase fatal.
 
De fato, é entre esta segunda categoria que encontramos o maior número de experiências com anjos. Mineiros presos em minas, por causa de desmoronamentos, frequentemente descrevem anjos ou espíritos de outros mineiros que os ajudam a encontrar um abrigo seguro. Isto tem sido descrito na literatura médica por mais de trinta anos.

P. “De todas as histórias que o senhor já ouviu, é possível estruturar um padrão, um arquétipo da experiência de quase-morte?”
MM: A experiência de quase-morte começa com a sensação de que você está fisicamente morto ou de que vai morrer. A seguir, vem a sensação de ser puxado para fora do corpo; a pessoa realmente se sente flutuando sobre o próprio corpo. É possível ver as técnicas de ressuscitamento postas em prática e até ouvir as pessoas comentarem: “Oh, nós o perdemos!”

Depois vem a completa escuridão; esta transição é frequentemente acompanhada de sussurros ou rugidos ou, até mesmo, por música celestial. Então se é jogado na escuridão total, que é assustadora.
 
Muitas crianças dizem ter medo da escuridão por terem a sensação de que estão vivas. Pensam ter saído de seus corpos e sentem-se no vazio absoluto. É neste vazio que geralmente encontram uma luz espiritual, que pode tomar a forma de um parente já morto ou às vezes, para as crianças, um professor ainda vivo.
Normalmente a luz é percebida sob a forma de uma figura religiosa – Deus ou Jesus, ou Buda para os budistas, ou Maomé, no caso dos muçulmanos. Essa luz lhes dá conforto. Não somente um espasmo reflexo do nervo óptico, ou a persistência da luz nos vasos da retina na hora da morte. É uma sensação de amor, de paz e serenidade; um amor incondicional, que muitos de nós jamais sentimos.
É na incidência dessa luz que, muitas vezes, lhes é dada a opção de retorno ao corpo. É ficar ou voltar; só depende de você. Às vezes não há escolha; Jamie me contou: “Disseram-me que ainda não era a hora de eu morrer. Tenho de ajudar minha mãe a cuidar de meu irmão”...


MM: Quando há escolha, ela é invariavelmente feita com base no amor ou com um propósito ou significado para a vida. Nunca ouvi alguém dizer: “Voltei porque ainda não fiquei tempo suficiente no meu emprego” ou “Voltei porque ainda não ganhei uma bolada na bolsa de valores”.
Como um menino me contou, ele flutuou fora de seu corpo e estava subindo as escadas que levam ao céu, mas achou que não seria justo continuar a subir, porque seu irmão mais novo havia sido morto. Ele quis dizer que não seria justo com seus pais se morresse também. Este menino precedeu a narrativa dizendo: “Dr. Morse, tenho um segredo maravilhoso para contar ao senhor. Eu estava subindo a escada para o céu”.
 
"É por esta razão que adoro as experiências de quase-morte com as crianças, pela simplicidade. Elas não têm rebuscamentos exagerados ou detalhes infindáveis. Vêem exatamente o que vêem e nos contam da maneira como lhes aconteceu". (Melvin Morse). [Cf. ‘Anjos: Os Mensageiros Misteriosos’, p. 226/230. Rex Hauck. Nova Era/Record].
Luz, Amor e Paz! (Campos de Raphael).

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